Toda empresa, num determinado tempo, desacelera seus trabalhos para fazer balanço da sua atuação em relação às metas atingidas, aos objetivos alcançados e também para analisar os insucessos. A Diocese, por analogia, pode ser considerada como uma “empresa”, cuja especialização é o anúncio do Evangelho, a partir da missão, das pastorais, dos movimentos eclesiais etc.
A Igreja particular de Cruz das Almas completou um ano que foi erigida. Ainda é muito forte a lembrança daquele magnífico dia festivo! Como esquecer o empenho da sociedade cruzalmense e dos demais municípios que formam a Diocese para receber o primeiro Bispo eleito? Inesquecível aquele domingo ensolarado de vinte e oito de janeiro de dois mil e dezoito! A praça da Matriz, elevada à Catedral diocesana, tomada de gente de todos os recantos da nova Diocese; muitos bispos e arcebispos; o Núncio Apostólico que veio representando o Santo Padre, o Papa Francisco; um número considerável de sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas; autoridades civis e militares; padres e leigos provenientes da Arquidiocese de Olinda e Recife que vieram, saudosos, trazer o seu (ex) Bispo auxiliar...
Mas, se tratando de parar para balanço, a Igreja é a única “empresa” no mundo que não fecha suas portas dia nenhum. Deus tem pressa de que todo gênero humano seja salvo e, por isso, a Diocese de Cruz das Almas assumiu “pra valer”, nesse primeiro ano, a pressa de Deus. Ainda recém-nascida, tornou-se uma Igreja dinâmica, evangelizadora, pastoralista, graças ao empenho do clero, pouco numeroso, porém, muito comprometido com os desafios que são próprios de uma Igreja nascente. Agradeço muito a Deus pelos padres e diáconos permanentes que fazem a evangelização e as pastorais acontecerem em nossa Diocese. Homens “valentes” na missão, que assumem paróquias bastante extensas geograficamente, algumas com mais de quarenta comunidades, mesmo assim, arrumam tempo para acudir o Bispo nas urgências da Diocese. O que falar das religiosas consagradas? Mulheres quase anônimas, trabalhando como “formiguinhas”, isto é, silenciosamente, cada uma portando o seu carisma e fazendo o Reino de Deus se expandir entre nós. Não diferente são os fiéis leigos, com um forte empenho para serem “sal da terra e luz para o mundo” em seus ambientes de origem.
Resumindo... foi um ano trabalhoso, muito houve o que fazer e, também, a iniciar, porém, dificuldades jamais. Nada foi difícil, pois a graça divina nos acompanhou a cada instante, a providência sempre infalível agindo em cooperação com a boa vontade por parte de todos.
Interessante a mensagem do Evangelho do dia vinte oito de janeiro deste ano! Deus sempre fala aos seus prediletos por meio da sua Palavra. Assumi como recado muito claro, para a nossa Diocese aniversariante: “Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se” (Mc 3, 24-25). Ao completarmos um ano de existência, Deus nos pede que não abramos mão do princípio da unidade. É sua vontade que sejamos unidos na diversidade, assim poderemos proclamar numa só voz: “Ele está entre nós! Ele está no meio de nós! ”
Parabéns, Diocese de Cruz das Almas!
+ Antonio Tourinho Neto
Bispo da Diocese de Cruz das Almas – BA.