As celebrações em homenagem a Nossa Senhora da Boa Morte na cidade de Cachoeira chegaram ao seu ponto alto nesta quarta-feira, 15 de agosto, com a Solenidade de Nossa Senhora da Glória. O Bispo Diocesano, Dom Antonio Tourinho Neto, presidiu pela primeira vez a Missa Festiva que recorda a Assunção de Nossa Senhora aos céus. A festa é realizada pela secular Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte há mais de 200 anos.
Durante sua reflexão, Dom Tourinho, ressaltou a história de fé da Irmandade. “Essas mulheres se associaram séculos atrás em irmandade de mulheres e batizaram-na de Nossa Senhora da Boa Morte para professarem sua fé cristã, e a fé em Deus, se traduz em atos, principalmente quando o próximo é explorado, escravizado”.
O Bispo explicou ainda sobre a atuação da secular confraria na luta pela liberdade de mulheres escravizadas. “Essas mulheres, registra sua história, no tempo da escravidão, quando livres se associaram pela fé em Cristo, como força transformadora da sociedade, levantando recursos para libertar seus irmãos e irmãs, como nos diz o evangelho de hoje: Destronou dos tronos os poderosos e elevava os humildes. Deus se serviu, se serve e sempre se servirá disso”, afirmou.
Na noite anterior à Festa, Dom Tourinho, visitou a Irmandade para conhecer cada irmã. O Bispo visitou as instalações onde funciona a sede da Irmandade e participou da Missa da Vigília presidida pelo Padre Hélio Vilas-Boas. Em seguida, ao lado das Irmãs, acompanhou a procissão que percorreu as ruas do Centro Histórico da Cidade.
Milhares de fiéis e turistas de várias partes do Brasil e do mundo participaram da Festa que iniciou na segunda-feira, dia 13 de agosto, e é considerada uma das mais importantes manifestações culturais e religiosas do Recôncavo. Desde 2010 a Festa da Boa Morte é considerada Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia.
Texto e fotos: Mário Jorge