Na festa do Sagrado Coração de Jesus a Igreja, em todo o mundo, foi convidada a dedicar o dia a oração pela santificação do clero. O Vatican News contou com alguns padres brasileiros, residentes em Roma, para motivar estas orações.
Padre Arnaldo Rodrigues - Cidade do Vaticano
Alguns padres estudantes das diversas arquidioceses e dioceses do Brasil, residentes no Colégio Pio Brasileiro em Roma, registraram conosco o convite para esta jornada de oração pela santificação dos sacerdotes.
Em uma carta enviada pelo Cardeal Beniamino Stella, Prefeito da Congregação para o Clero, baseado na nova Exortação Apostólica do Papa - Gaudete et Exsultate - as dioceses foram convidadas a meditar três importantes passos para a santificação do sacerdotes: subir ao monte, deixar-se transformar e ser luz para o mundo.
Subir ao monte
Subir ao alto, porque se permanecemos sempre centrados no fazer, Arriscamos de nos tornar-nos prisioneiros do presente, de sermos sugados das incumbências cotidianas, de permanecer excessivamente centrados em nós mesmos e, assim, de acumular cansaços e frustrações que poderiam ser letais. Ao mesmo modo,
“ subir ao monte é o antídoto àquelas tentações da mundanidade espiritual que, também atrás das aparências religiosas, nos afastando de Deus e dos irmãos e nos fazem recolocar as seguranças das coisas do mundo ”
Precisamos, ao contrário, de imergir-nos A cada dia no amor de Deus, em especial modo através da oração. Subir ao monte nos recorda que a nossa vida é um subir constante em direção a luz que vem do alto, uma viagem em direção ao Tabor da presença de Deus, que abre horizontes novos e surpreendentes. Esta realidade não deseja afastar nós nos empenho de pastorais e dos desafios cotidianos que nos pressionam, mas pretende recordar-nos que
“ Jesus é o centro do Ministério sacerdotal, e que tudo podemos somente naquele que nos fortalece (Fl 4,3) ”
Por isso, a subida dos discípulos em direção ao monte Tabor Nos induz a refletir sobre a importância de destacar-se das coisas mundanas, para cumprir um caminho em direção ao alto e contemplar Jesus. Se trata de preparar-nos a escuta atenta e orante de Cristo, o Filho amado do pai, buscando momentos de oração que permitam acolhida dócil e alegre da palavra de Deus (Papa Francisco, Angelus, 6 de agosto 2017).
Deixar-se transformar
Deixar-se transformar, porque a vida sacerdotal não é um programa onde tudo está organizado com antecedência ou um trabalho burocrático que se desenvolve segundo um esquema pré-estabelecido; ao contrário, essa é a experiência viva de uma relação cotidiana com o senhor, que nos faz tornar sinais do seu amor com o povo de Deus. Por isso, “ não podemos viver o Ministério com alegria sem viver momentos de oração pessoal, Face a face com senhor, falando, conversando com ele “ (Papa Francisco, encontro com os párocos de Roma, 15 de fevereiro 2018). Nesta experiência, somos iluminados do rosto do Senhor e transformadas da sua presença.
“ Também a vida sacerdotal é um “ deixar-se transformar “ da graça de Deus porque o nosso coração torna-se misericordioso, inclusivo e compassivo como O coração de Cristo. ”
Se trata simplesmente de ser, como nos recordou recentemente o Santo Padre, dos “Padrões normais, simples, mansos, equilibrados, capazes de deixar-se constantemente regenerar-se pelo espírito” (papa Francisco, homilia com celebração eucarística com hoje missionários da Misericórdia, 10 de abril de 2018).
Esta restauração vem antes de tudo através da oração, que muda o coração transforma a vida: cada um de nós se torna aquele que reza. É bom recordar, nesta jornada de santificação, que “ a santidade é feita de abertura habitual a transcendência, que se exprime na oração e na adoração. O santo é uma pessoa do espírito orante, que precisa de comunicar-se com Deus” (Papa Francisco, Gaudete et Exsultate, n. 147). Subindo ao monte, seremos iluminados da luz de Cristo e poderemos descer ao vale levar a todos alegria do Evangelho.
Ser luz para o mundo
Ser luz para o mundo, porque a experiência do encontro com o senhor nos envia na estrada do serviço aos irmãos, a sua palavra rejeita de ser fechada na privacidade da devoção pessoal e no perímetro do tempo e, sobretudo, a vida sacerdotal é uma chamada missionária, que exige a coragem e o entusiasmo de sair desse mesmo para anunciar ao mundo inteiro O que ouvimos, vemos e tocamos com a nossa experiência pessoal (cfr. 1Jo 1,1-3). Fazer conhecer aos outros a ternura e o amor de Jesus, por que cada um possa ser alcançado da sua presença que liberta do mal e transforma a existência, é o primeiro trabalho da igreja e, por isso, o primeiro grande empenho apostólico dos presbíteros.
“ Você tem um desejo que devemos cultivar, é aquele de “ser padres capazes de levantar no deserto do mundo o sinal da salvação, isto é a cruz de Cristo, como fonte de conversão e de renovação para toda a comunidade e para o mundo “ (Papa Francisco, homilia com celebração eucarística com os missionários da Misericórdia, 10 de abril de 2018). ”
O fascínio do encontro com o senhor deve encarnar-se em um empenho de vida a serviço do povo de Deus que, Progredindo constantemente no vale escuro das fadigas, do sofrimento e do pecado, precisa de pastores luminosos e radiantes como Moisés. De fato, “ ao término da experiência admirável transfiguração, os discípulos desceram do Monte” (cfr. v.9).
Fonte: VaticanNews