A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Cachoeira, celebrou na sexta-feira (07), a festa da sua padroeira.
Com o tema: "A Igreja sinodal, movida pelo Espírito, fortalece-nos na missão e conduz-nos à santidade" e o lema “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra” (Lc 1,38), a paróquia celebrou nove noites com a presença de inúmeros fiéis que reuniram-se todas as noites para elevar louvores a Deus e a Mãe do Rosário.
A novena este ano foi marcada pelo resgate de uma peça composta pelo Maestro Manoel Tranquilino Bastos, que foi executada pelo Coral do Orago, sob regência do Maestro Paulo Vitor Farias Mascarenhas.
Dia Festivo
O dia festivo teve uma intensa programação, contou com três missas, na Matriz do Rosário.
Às 8h da manhã foi celebrada a primeira missa com a participação das crianças e do Apostolado da Oração, sob presidência do Padre Adeilson Pugas Milhazes.
Às 10h, o Bispo Diocesano, Dom Antonio Tourinho Neto presidiu a missa solene que foi concelebrada pelos padres da Diocese.
Às 16h o pároco Cônego Hélio Vilas-Boas presidiu a missa das comunidades eclesiais missionárias e em seguida ocorreu a procissão pelas ruas da cidade da Cachoeira.
Ao final da procissão houve um momento de Adoração e Bênção do Santíssimo Sacramento no Adro da Igreja.
Maestro Tranquilino
Nascia em 1850, na cidade heroica da Cachoeira, um gênio da música: Manoel Tranquilino Bastos. Grande compositor e clarinetista do século XIX, ele foi um dos mais talentosos e fecundos de sua época. Filho de um português com uma negra alforriada, ainda menino, aprendeu a tocar clarineta e integrou o Coral de Santa Cecília, e mais tarde a Banda Marcial São Benedito, formada, basicamente, por músicos negros. Acredita-se que ele recebeu influências da cultura musical europeia, em particular, a da Itália, França e Alemanha.
Autor de inúmeras composições, ele deixou um legado musical em torno de 50 marchas fúnebres, 295 dobrados, 150 marchas festivas, valsas, contradanças, 2 missas, 2 novenas, 10 Tantum Ergos, 8 Maria Concebidas e 250 fragmentos de ópera. É válido destacar o Hino da Cachoeira, composição que contou com a participação de Sabino de Campos, poeta e escritor.
A obra sacra do maestro Tranquilino Bastos reflete o pensamento romântico de sua época, privilegia vozes e órgãos, é altamente cromática. Compositor contemplativo, suas músicas sacras são consideradas suaves e serenas.
Falecido em 1935, sua obra está imortalizada, pois seu trabalho revela que viveu intensamente a sua paixão pela música, a qual dignifica o homem e glorifica a Deus.
FOTOS: PASCOM Rosário